Obesidade na gravidez arrisca a vida da mãe e do bebê - SAÚDE NÃO SE PESA
Tratamento da obesidade – a doença é crônica e o tratamento é contínuo – Saúde Não Se Pesa

Tratamento da obesidade: como cuidar de uma doença que é crônica?

O número de brasileiros com obesidade aumentou quase 70% entre 2006 e 2018, sendo que cerca de 20% das mulheres têm a doença - tendendo a aumentar, pois é um problema de saúde em expansão entre as mulheres que estão em idade reprodutiva. 1O que é preocupante, pois o início ou a manutenção da obesidade na gravidez está associado com vários riscos para a saúde tanto da mãe quanto do bebê.2

 

Quando a mulher é considerada com obesidade na gravidez?

A obesidade é uma doença crônica, na qual há um acúmulo de gordura no organismo, o que pode prejudicar a saúde. Existem vários fatores que podem provocar a obesidade, tais como:1

 

  • Genéticos;
  • Metabólicos;
  • Sociais;
  • Ambientais;
  • Econômicos;
  • Comportamentais.

 

Além desses fatores, a própria gravidez pode desencadear obesidade. Cerca de 2/3 das mulheres ganham mais peso que o recomendado, o que contribui para obesidade na gestação e retenção de peso no pós-parto, além de complicações para a mulher e a criança.2

A partir do peso pré-gestacional, que pode estar baixo, adequado, com sobrepeso ou com obesidade, conforme o IMC, calcula-se o ganho de peso ideal para cada trimestre de gestação. E já na primeira consulta isso deve ser discutido com a gestante.2

 

  • Gestante com obesidade - quando o IMC pré-gestacional é maior do que 30 kg/m2, a gestante tem obesidade. O índice é calculado dividindo o peso da pessoa em quilogramas pelo quadrado da altura dela em metros. Ou seja: IMC = Peso ÷ (Altura × Altura).1

No caso da gestação de um feto único, é recomendado que as mulheres com sobrepeso ou obesidade pré-gestacional ganhem, em média, de sete a nove quilos.7 Mas cada caso é único e deve ser acompanhado de perto por nutricionista e ginecologista.

 

Como a obesidade na gravidez pode afetar a saúde da mulher

 

% de adolescentes com obesidade no Brasil
% de adolescentes com obesidade no Brasil
% de adolescentes com obesidade no Brasil
% de adolescentes com obesidade no Brasil
% de adolescentes com obesidade no Brasil

O que a obesidade na gravidez pode causar para o bebê?

Além dos problemas causados à gestante, a obesidade na gravidez pode trazer diversas consequências para a saúde do bebê, tais como:3

Problemas em testes de diagnóstico – o excesso de gordura da mãe pode dificultar a visualização de alguns problemas anatômicos do bebê durante o exame de ultrassonografia. Além disso, também pode ser mais difícil verificar a frequência cardíaca da criança durante o trabalho de parto.3

Alterações congênitas – o bebê tem maior risco de desenvolver alterações durante a gestação, como anomalias cardíacas, no cérebro e na medula espinhal.4

Indução do parto – em gestantes com pré- eclampsia, o risco de parto prematuro aumenta e bebês prematuros podem não ter o desenvolvimento completo ou um peso ideal, aumentando o risco de problemas de saúde a curto e longo prazo. Bebês que nascem antes do tempo não são tão desenvolvidos quanto os que nascem após 39 semanas de gravidez e podem ser pequenos para a idade gestacional (PIG). Por isso, têm um risco maior de problemas de saúde de curto e longo prazo.3

Macrossomia – é possível que o bebê, ao nascer, tenha um tamanho maior que o normal, o que é chamado de grande para idade gestacional (GIG). Normalmente, bebês muito grandes aumentam a chance de parto cesariana e de complicações no momento do parto devido a maior dificuldade da retirada do bebê.3

Problemas de saúde no futuro - bebês que nascem com muita gordura corporal têm mais chances de terem obesidade no futuro e desenvolver diabetes mellitus.3

Natimorto – quanto maior o IMC da mãe, mais chances de o bebê nascer sem vida.3

 

É possível prevenir a obesidade na gravidez?

A mulher que deseja engravidar deve ter cuidados com a alimentação, assim como a prática de exercícios físicos, antes da gestação. É recomendável buscar o auxílio de um nutricionista para verificar se está com o peso adequado, pois a gravidez pode desencadear a obesidade, assim como agravar se ela já existir.1

Durante a gravidez, é indispensável o acompanhamento nutricional, principalmente se a gestante estiver com sobrepeso ou obesidade.7 Esse momento envolve necessidades nutricionais específicas que afetam não apenas a mãe, mas também o desenvolvimento do bebê.1

Além de avaliar o estado nutricional, o profissional verifica se alguma coisa não está adequada na alimentação e promove a educação alimentar e nutricional.7 O nutricionista pode recomendar que alimentos ricos em gordura e açúcares sejam evitados, por exemplo, além de investigar se a mulher está com carência de determinados nutrientes.1

As consultas devem ser iniciadas, preferencialmente, no primeiro trimestre da gestação. Em conjunto com a alimentação adequada, é recomendado, após liberação médica, que a gestante pratique exercícios físicos, sempre que possível e com a orientação de um profissional.1A gestante pode investir em alguma atividade que seja prazerosa, por exemplo, andar de bicicleta, dançar ou nadar.1

 

Quais os cuidados alimentares necessários na amamentação?

Durante a amamentação, os cuidados com alimentação devem ser basicamente os mesmos que os recomendados para o período da gravidez. Deve ser dada preferência para os alimentos in natura ou minimamente processados e procurar consumir:8

 

  • Frutas;
  • Legumes;
  • Verduras; 
  • Carnes;
  • Ovos;
  • Cereais;

Também é importante beber mais água no período da amamentação e evitar bebidas alcoólicas. A alimentação saudável traz benefícios para mãe e o bebê.8

BR21OB00051 - Ago./2021

Referências

1.Malavé M. Obesidade Gestacional: uma situação de alerta. Fiocruz. https://portal.fiocruz.br/noticia/obesidade-gestacional-uma-situacao-de-alerta. Acesso em: 24/07/2021.2.Melo ME. Ganho de Peso na Gestação. Abeso. https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/5521b01341a2c.pdf. Acesso em: 24/07/20213.The American College of Obstretricians and Gynecologists. FAQs Obesity and Pregnancy. https://www.acog.org/womens-health/faqs/obesity-and-pregnancy. Acesso em: 24/07/2021.4.Royal College of Obstetricians e Gynaecologists. Care of Women with Obesity in Pregnancy (Green-top Guideline No. 72). https://www.rcog.org.uk/en/guidelines-research-services/guidelines/gtg72/. Acesso em: 24/07/20215.Unicef United Kingdom. Research on Overweight and Obesity. https://www.unicef.org.uk/babyfriendly/news-and-research/baby-friendly-research/maternal-health-research/maternal-health-research-obesity/. Acesso em: 24/07/20216.Marshall NE, Lau B, Purnell JQ et al. Impact of maternal obesity and breastfeeding intention on lactation intensity and duration. NCBI. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30345729/. Acesso em: 24/07/20217.Fiocruz. Alimentação na gravidez: nutricionistas orientam sobre hábitos saudáveis. https://portal.fiocruz.br/noticia/alimentacao-na-gravidez-nutricionistas-orientam-sobre-habitos-saudaveis. Acesso em: 24/07/20218.Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Alimentação durante a amamentação: o que comer e evitar. https://www.saude.rj.gov.br/viver-melhor/noticias/2018/10/alimentacao-durante-a-amamentacao-o-que-comer-e-evitar. Acesso em: 24/07/2021.

Encontre o médico mais próximo de você.

Procure um médico

Se você tem dúvidas sobre seu peso ou IMC, busque uma orientação médica. Presencialmente ou de forma virtual, uma conversa com um médico pode ser o primeiro passo para começar a buscar mais qualidade de vida.