O IMC como ferramenta para o diagnóstico da obesidade
O IMC como ferramenta para o diagnóstico da obesidade

A obesidade é definida como excesso de gordura corporal em quantidade que cause prejuízos à saúde. Uma maneira confiável de diagnosticá-la é através do índice de massa corporal (IMC). Simples e prático, o método consiste na divisão do peso corporal pelo quadrado da altura. A relação entre essas medidas é capaz de indicar se uma pessoa está com peso considerado saudável, a partir de uma tabela de referências.1

Por que o IMC é confiável para o diagnóstico da obesidade?

O Índice de Massa Corporal (IMC) foi desenvolvido por Adolphe Quetelet, no século 19, como um método capaz de determinar referências para níveis saudáveis do peso corporal.2 O indicador é amplamente utilizado há décadas, e seu uso para o diagnóstico da obesidade é recomendado pela Organização Mundial da Saúde e outras instituições médicas e de saúde.3

Apesar disso, sua precisão é frequentemente contestada, por ignorar variáveis como o peso dos ossos e músculos, além do local onde a gordura é armazenada. No entanto, diversos estudos confirmam que a ferramenta está fortemente correlacionada com os métodos padrão-ouro para medir a gordura corporal e, portanto, é eficaz para detectar os efeitos da obesidade sobre a saúde.

Um desses estudos foi realizado pela University of Bristol, no Reino Unido, e publicado em 2018 no Journal of American College of Cardiology. Os pesquisadores estudaram os efeitos da gordura total e em lugares específicos do corpo, além de 230 características diferentes relevantes para o metabolismo e risco futuro de doença cardíaca, como colesterol e pressão arterial. Estes efeitos foram comparados com aqueles observados quando se utiliza o IMC como medida. Os cientistas descobriram que o IMC fornece respostas muito semelhantes a avaliações mais detalhadas. 4

Outras medidas, como a circunferência da cintura, podem complementar o IMC – o acúmulo de gordura na região abdominal costuma ser mais perigoso do que em outras partes do corpo.2

Como fazer o cálculo do IMC?

Para descobrir o IMC, basta dividir o peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros). Por exemplo, se uma pessoa pesa 72 kg e sua altura é 1,60 m, o IMC dela é aproximadamente 28,1. A conta é a seguinte:

Altura x altura = 1,60 x 1,60 = 2,56

IMC = 72 divididos por 2,56 = 28,1

A partir desse resultado, será necessário consultar a tabela de referência de Quetelet:

 

IMC

Embora o IMC também seja recomendado para o diagnóstico da obesidade em crianças e adolescentes, existem outras tabelas de referências para esse público. Isso porque, nessas faixas etárias, a proporção entre peso e altura varia de acordo com o sexo e a idade.2

Se você tem mais de 18 anos, pode calcular o IMC por conta própria ou usar uma calculadora online.

Qual a importância do diagnóstico de obesidade através do IMC?

Em todo o mundo, cerca de 1,5 bilhão de adultos com mais de 20 anos – cerca de 34% da população adulta mundial – está com sobrepeso ou obesidade. Se este número já assusta, as perspectivas para 2030 são ainda piores: cerca de 3 bilhões de pessoas devem estar com excesso de peso.5

O sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de diversos problemas de saúde - à medida que o IMC aumenta, aumenta também o risco de doenças. Elas incluem:

 


Doenças car-
diovasculares

Hipertensão

Osteoartrite

Alguns tipos
de câncer

Diabetes.²

 

Já se sabe também que pacientes com obesidade têm maior risco de desenvolver casos graves de covid-19.6

Nas crianças e adolescentes esse quadro também é preocupante, pois aumenta as chances de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Também os tornam mais propensos a distúrbios emocionais, problemas de relacionamento e baixo desempenho escolar. Além disso, é maior a probabilidade de continuarem com excesso de peso na fase adulta.7

Existe uma tendência equivocada de considerar uma pessoa com obesidade apenas quando ela já tem um quadro mais grave. Mas as pessoas que possuem sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9) já podem ter prejuízos com o excesso de gordura.

Por isso monitorar o IMC é tão importante. A partir dele, é possível determinar a perda de peso necessária para melhorar a saúde e evitar doenças. 1

O que fazer se o IMC indicar sobrepeso ou obesidade?

Consultar um médico é o primeiro passo para lidar com o quadro de sobrepeso ou obesidade. Além de realizar o cálculo do IMC e medir a circunferência da cintura, o profissional de saúde poderá solicitar exames para identificar problemas de saúde relacionados ao excesso de peso, como pressão alta, colesterol alto e diabetes.

 

Amudança de estilo de vida

BR21OB00096 - Jan./2022

Referências:  1.A obesidade é uma doença. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. https://www.sbemsp.org.br/imprensa/releases/736-a-obesidade-e-uma-doenca#:~:text=A%20obesidade%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a%20cr%C3%B4nica%2C%20progressiva%2C%20recidivante%20e%20uma,500%20milh%C3%B5es%20s%C3%A3o%20considerados%20obesos. Acesso em 28/11/2021. 2.Body mass index – BMI. World Health Organization. https://www.euro.who.int/en/health-topics/disease-prevention/nutrition/a-healthy-lifestyle/body-mass-index-bmi. Acesso em 28/11/2021.  3.Body Mass Index. Australian Government Department of Health. https://healthyweight.health.gov.au/wps/portal/Home/get-started/are-you-a-healthy-weight/bmi/. Acessado em 28/11/2021.  4.Bell JA, Carslake D, O'Keeffe LM et al. Associations of Body Mass and Fat Indexes With Cardiometabolic Traits. Journal of the American College of Cardiology. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109718388302?via%3Dihub. Acesso em 28/11/2021. 5.Why use BMI? Harvard School of Public Health. https://www.hsph.harvard.edu/obesity-prevention-source/obesity-definition/obesity-definition-full-story/#references. Acesso em 28/11/2021. 6.Gao M, Piernas C, Astbury NM et al. Piernas, Carmen et al. Associations between body mass index and COVID-19 severity in 6.9 million people in England: a prospective, community-based cohort study. The Lancet. https://www.thelancet.com/journals/landia/article/PIIS2213-8587(21)00089-9/fulltext?utm_campaign=tlpr&utm_medium=email&_hsmi=124175749&_hsenc=p2ANqtz--IFB_zg6jV3RONt83JyBk9X4_cf8OR0gObhUTKwDYHKkH6KthGwXlkFPX8B0rNZxVs1ZDA7p7zGTF3oRnh_GCMU_liWQ&utm_content=124175749&utm_source=hs_email. Acesso em 28/11/2021. 7.Sahoo K, Sahoo B, Choudhury AK et al. Childhood obesity: causes and consequences. US National Library of Medicine National Institutes of Health. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4408699/. Acesso em 28/11/2021. 8.Obesity. Mayo Clinic. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/obesity/diagnosis-treatment/drc-20375749. Acesso em 28/11/2021

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