A obesidade é uma doença crônica, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. O tratamento da obesidade precisa ser de longa duração. Para além do controle, é preciso evitar outras complicações que aparecem com o tempo e resultam em um menor expectativa de vida.40 Nas crianças e adolescentes, o excesso de peso costuma causar principalmente doenças do coração, Diabetes Mellitus tipo 2 e problemas psicológicos.38,39 Quem tem obesidade na infância tem muito mais chance de se tornar um adulto com obesidade.
18,9% da população acima de 18 anos das capitais brasileiras tem obesidade3
Mais de 100 milhões de pessoas estão acima do peso3
O percentual de pessoas com obesidade cresceu 60,2% no Brasil nos últimos 12 anos4
74% dos óbitos no Brasil acontecem por doenças associadas à obesidade3
De cada três crianças e adolescentes no Brasil, uma está acima do peso41
Quase 11% dos brasileiros de 5 a 19 anos têm obesidade e 17,2% têm sobrepeso42
A obesidade entre crianças de 5 a 9 anos no Brasil cresceu mais de quatro vezes desde 198943
A obesidade mundial quase triplicou desde 197526
Segundo a OMS, mais de 1,9 bilhão de pessoas no mundo apresentam excesso de peso. Destas, mais de 650 milhões têm obesidade15
A proporção de crianças com obesidade no mundo dobrou desde o ano 200044
Mais de 107 milhões de crianças no mundo vivem hoje com obesidade45
O sobrepeso ou a obesidade atinge mais de 340 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos no mundo15
84% das crianças com obesidade no mundo também terão obesidade na idade adulta40
A obesidade não é simplesmente uma consequência da falta de força de vontade. Por causa de uma série de fatores (hormonal, inflamatório, medicamentoso, genético), pessoas com obesidade não costumam ficar satisfeitas com a mesma quantidade de comida que as pessoas de peso considerado adequado.6 Se elas emagrecem, o cérebro entende que o corpo precisa poupar energia, o que acaba ajudando a ganhar peso de novo.11
A ciência também mostra que, nos últimos vinte anos, o número de crianças e adolescentes com obesidade e sobrepeso quase dobrou no mundo44. Se essa tendência continuar, até 2022 poderemos ter mais casos de obesidade infantil do que crianças com baixo peso corporal.46
Número proporcional de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos com obesidade ou sobrepeso no mundo:
Em nossos corpos, a obesidade aparece quando a energia ingerida com os alimentos supera muito a quantidade de energia gasta nas atividades diárias. Outros fatores também interferem, como a genética, a situação socioeconômica e o ambiente em que vivemos.
É fácil perceber isso hoje observando-se as mudanças causadas pela tecnologia no estilo de vida dos mais jovens. As atividades e brincadeiras ao ar livre, por exemplo, perderam espaço para telas e jogos eletrônicos. Os hábitos alimentares também mudaram. Hoje, consumimos mais alimentos ultraprocessados/processados ou fast-food, que ficaram mais acessíveis. Por isso, "muitas vezes" crianças e adolescentes consomem menos alimentos saudáveis.47
Para compreender a obesidade infantil é preciso lembrar de suas diversas causas:
Genética: Pessoas da mesma família muitas vezes convivem com excesso de peso, mesmo que não vivam juntas.7-9
Alimentação: Comidas processadas e industrializadas costumam contribuir para o ganho de peso, pois possuem muitas calorias e gorduras ruins em sua composição.13
Estilo de vida: As crianças e adolescentes de hoje dedicam
menos tempo a exercícios físicos e mais tempo aos eletrônicos, o que
as deixa mais sedentárias.13
Medicamentos: Algumas medicações como remédios usados no tratamento de depressão, diabetes e corticoides (recomendados contra alergias e inflamações) podem levar ao ganho de peso.
Hormônios: Crianças e adolescentes podem ter alterações
glandulares que propiciam o ganho de peso (ex: deficiência do hormônio
de crescimento, alteração na tireoide).
Fatores psicológicos: O aumento de peso pode estar ligado a questões emocionais e à qualidade de vida como: baixa autoestima, preconceito, depressão, ansiedade, insatisfação com o corpo e dietas não saudáveis.
Complicações neurológicas: A obesidade também pode ser causada
por lesão ou tumor cerebral, radioterapia e inflamação do hipotálamo
(uma parte do cérebro).
O excesso de gordura no corpo pode desencadear ou agravar muitas doenças, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares (hipertensão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva e embolia pulmonar), apneia do sono, alguns tipos de câncer, problemas no fígado e de circulação sanguínea.
Em mulheres, a obesidade também aumenta o risco de infertilidade.34-35
Diabetes tipo 2
Doença cardiovascular
Doença de vesícula biliar
Dislipidemia
Câncer
Osteoartrite
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
RISCO ELEVADO DE:
Diversas condições médicas na infância e adolescência, como, por exemplo, síndrome metabólica, síndrome de ovário policístico, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, esteatose hepática não alcoólica e complicações ortopédicas23-24
Impacto sobre o bem-estar social e emocional25-26
IDADE REPRODUTIVA
RISCO ELEVADO DE:
Infertilidade27
Complicações maternas e fetais durante a gravidez28,30
Doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como diabetes tipo 2, em idade mais avançada29,31
Filhos de mulheres com obesidade têm maior risco de desenvolver obesidade e outras doenças crônicas posteriormente36,37
MEIA-IDADE
RISCO ELEVADO DE:
Múltiplas comorbidades
(como infertilidade, doenças cardiovasculares, diabetes)
Menores oportunidades de emprego18
Impactos psicológicos18
IDADE AVANÇADA
RISCO ELEVADO DE:
Redução da expectativa de vida6
Redução da expectativa de vida7-8
IDADE AVANÇADA
RISCO ELEVADO DE:
Hipertensão
Câncer
Apneia do sono
Eventos tromboembólicos
Diabetes
Disfunção erétil
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
RISCO ELEVADO DE:
Diversas condições médicas na infância e adolescência, como, por exemplo, síndrome metabólica, síndrome de ovário policístico, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, esteatose hepática não alcoólica e complicações ortopédicas23,24
Impacto sobre o bem-estar social e emocional25,26
MEIA-IDADE
RISCO ELEVADO DE:
Múltiplas comorbidades17
(como infertilidade, doenças cardiovasculares, diabetes)
Menores oportunidades de emprego18
Impactos psicológicos18
Qual é a sua percepção sobre o tratamento da obesidade? A resposta a essa pergunta foi objeto do maior estudo comportamental que investigou o manejo do paciente com obesidade sob a perspectiva deles e dos médicos. Espalhados em 11 países, 14.500 pacientes e 2.800 profissionais de saúde foram ouvidos no estudo ACTION IO (Awareness, Care, and Treatment In Obesity MaNagement – an International Observation).
Os resultados, que você pode conferir a seguir, lançam luz sobre a necessidade de se encarar a obesidade como uma doença séria, cujo tratamento deve ser individualizado e contínuo. Além disso, expõe o estigma pelo qual passa o paciente, retardando a busca por assistência médica.